O Brasil, como nação independente, completa 200 anos hoje. Quando eu nasci, o Brasil tinha 137. Depois de passar por monarquias, que duraram quase 70 anos, foi constituída a república federativa. Desde a independência tivemos 7 constituições, sendo a última conhecida como a “Constituição Cidadã”, promulgada em 1988.
Cresci escutando que o Brasil é o país do futuro, o que me faz pensar que criamos uma cultura de permanente esperança. Em alguns casos esperança do verbo esperançar, para outros a esperança do verbo esperar. Particularmente na política, a cada eleição se eleva a esperança por dias melhores.
Hoje, estamos a menos de um mês das eleições para presidente e o congresso, com o país polarizado entre direita e esquerda, e a tendência é que siga polarizado depois das eleições, infelizmente.
Para a direita, somos um país de vira-latas, cuja colonização feita pelos portugueses católicos, impregnou a cultura da preguiça, corrupção e libertinagem, ao invés de criar uma base ética fundamentada no trabalho. Pensam estes que se a colonização tivesse origem anglo-saxã protestante, nossa sorte seria outra.
Para a esquerda, somos um país de coitadinhos, explorados e injustiçados. O país tem como legado a escravidão, servidão e exploração. Criamos um sistema de trabalho perverso, onde patrões egoístas visam apenas o lucro sem a merecida contraparte para os trabalhadores.
Ideologia, qualquer que seja, não é o caminho para levar qualquer nação ao desenvolvimento de um sistema democrático, seguro e menos desigual. Para isso existe a constituição e as leis complementares. Há que se entender que seja lá qual for a ideologia do governante, o foco deve ser melhorar as condições de vida de “todos”.
O Brasil precisa de um propósito comum orientado para a construção de uma nação justa, segura e livre de preconceitos, onde cada cidadão tenha o livre arbítrio para fazer as suas escolhas, em um ambiente livre, menos desigual e mais plural. Pensar diferente é fundamental para o crescimento, mas depende da capacidade de se alcançar consenso, o que parece estar longe do ambiente que vivemos na atualidade.
Então, me pergunto, se ao completar 200 anos de independência, temos algo para comemorar?
Claro que sim! Apesar dos percalços, o Brasil cresceu e melhorou as condições de vida de sua população, tanto é que a expectativa de vida do brasileiro mais que dobrou, apenas em um século. Mas isso não quer dizer que estamos onde deveríamos estar.
Seguramente as coisas poderiam estar melhor, mas olhar pelo retrovisor deve ser apenas para orientar o caminho que temos adiante. Portanto, cabe a cada cidadão, independentemente de sua condição financeira, ideologia ou posição social, lutar para construir um país forte, justo e seguro, e isso somente acontecerá respeitando as diferenças de pensamento. Discordar faz parte do processo de crescimento, mas desrespeitar somente leva ao desentendimento, que é o caminho mais curto para o fracasso.
Viva o Brasil! Viva o povo brasileiro!
Somos um Pais movido pela paixão e pela Emoção e isso muitas vezes supera a razão.
Somos imediatistas e queremos resultados rápidos, mas temos muitos vícios que vão demorar muito tempo para serem eliminados, porém ainda assim temos esperança de dias melhores e precisamos disso.
Viva nosso Brasil
CurtirCurtir