A professora saiu da sala por alguns instantes para buscar algo na sala dos professores, e eu sorrateiramente joguei a minha borracha no meu colega ao lado, ele virou para mim e a jogou de volta, eu abaixei e borracha acertou no colega do outro lado, que também revidou.
Em alguns instantes metade da sala estava jogando borrachas em que estivesse por perto. Mais uns minutos a guerra era generalizada e toda a classe participava daquela batalha campal em grande algazarra.
Criativo que sou, virei a minha carteira, que ficava no fundo da sala, e fiz um escudo para me defender, alguns dos colegas correram para trás da minha barreira. Um dos colegas da frente, fez o mesmo, e então formamos dois grupos em combate. Era só borracha voando de um lado para outro, como se fossem balas na guerra.
Mas o pior estava para acontecer…
A professora, entrou na sala, ou melhor no meio do campo de batalha, e obviamente uma das borrachas a acertou em cheio. Para piorar as coisas, o inspetor de alunos que a estava acompanhando – trazendo um globo de vidro, que a professora iria usar para fazer uma experiência em classe – tomou uma borrachada na cara e deixou o globo de vidro cair.
Seguido de uma explosão com tintilares de vidro, reinou um silencio atordoante.
Então, veio a bronca, o cancelamento do recreio, o discurso educativo do inspetor, e claro a suspensão coletiva. Todos os alunos foram suspensos, o que tornou a minha vida mais fácil para explicar a suspensão em casa. Obviamente contei uma história diferente, que houve uma guerra de borrachas, mas que eu havia sido vítima e não participante, muito menos o motivador da confusão.
Durou pouco a minha alegria, pois depois de cumprir a suspensão de um dia, a minha mãe falou com a professora e obviamente ela me entregou na bandeja. Resultado, naquele dia quando voltei da escola tomei uns cascudos da minha mãe e duas semanas de castigo sem poder jogar bola. Os cascudos eu levava de boa, mas ficar uma semana sem jogar bola era demais. Acho que aprendi algo com este castigo!